Nematoides fitoparasitas (ou fitonematoides) são vermes microscópicos que habitam o solo e atacam as plantas (geralmente as raízes ou outros órgãos subterrâneos), causando sérios danos as culturas agrícolas e acarretando prejuízos econômicos ao produtor rural. Pode-se afirmar que não há uma espécie de planta, cultivada ou não que não seja hospedeira de uma ou mais espécies de fitonematoides. Entre os nematoides de maior importância agrícola podem ser citados: Meloidogyne spp. (nematoide das galhas), Pratylenchus spp. (nematoide das lesões radiculares), Heterodera glycines (nematoide dos cistos da soja), Rotylenchulus reniformis (nematoide reniforme), entre outros.
As perdas de produção em diversas culturas agrícolas, por causa de nematoides estão em torno de 12%. (WEISCHER; BROWN, 2001).
No Brasil há relatos frequentes de produtores informando reduções de até 30% – ou em alguns casos até 50%, na produção de soja em áreas infestadas, especialmente no cerrado. (PLANTIO DIRETO, 2007; GOULART, 2008).
Segundo a Embrapa Cerrados, para a aplicação de estratégias de manejo de nematoides, é necessária a realização prévia de análise em laboratório, coletando amostras de solo e raízes enviando a um laboratório de nematologia. Não é possível fazer o diagnóstico correto das doenças causadas por nematoides somente com base na observação visual de sintomas no campo. A análise em laboratório especializado, portanto, é imprescindível para o manejo correto de nematoides.
– Análises realizadas:
-Identificação de Gênero, e contagem (SOLO/RAIZ);
-Contagem de Cistos (SOLO);
-Contagem de Ovos (SOLO/RAIZ);
– Como coletar as amostras?
As amostras de solo devem ser coletadas na rizosfera das plantas com sintomas, incluindo–se no mesmo recipiente as raízes com injúrias ou galhas que forem encontradas.
As ferramentas necessárias para as coletas são: enxadão e/ou enxada, sacos plástico, balde, etiquetas, caneta e ficha de campo.
- Coletar amostras de SOLO e de RAÍZES.
- As amostras devem estar com umidade natural, evitando-se ao máximo, condições de encharcamento ou excessivo ressecamento. NÃO SE DEVE ADICIONAR ÁGUA AO VOLUME COLETADO.
- As amostras de solo e de raízes devem ser tomadas de 0 a 30 cm de profundidade, abrindo-se o solo em forma de V, tomar amostras junto às plantas que mostrem sintomas moderados de nematoses, evitando-se aquelas fortemente depauperadas
- Coletar preferencialmente as raízes mais finas.
- Durante a amostragem, deve-se caminhar em zigue-zague. Em áreas que apresentam o sintoma em reboleira, a amostragem deve ser feita nas plantas que se encontram na periferia.
6. As subamostras de solo e raízes coletadas nos baldes devem ser misturadas, tomando-se uma amostra composta de no mínimo, 500 gramas de solo e em torno de 50 gramas de raízes.
7. As amostras de solo + raízes deverão ser acondicionadas em saco plástico e devidamente identificadas. A FICHA DE IDENTIFICAÇÃO deve conter o maior número de informações possíveis tais como:
- Número da amostra,
- Local da amostragem,
- Nome e telefone do proprietário,
- Cultura atual (nome científico e/ou vulgar),
- Culturas anteriores,
- Tipo do solo,
- Ocorrência de plantas daninhas,
- Tratos culturais realizados,
- Nome do coletor,
- Data da Coleta.
Para as culturas anuais ou perenes, coletar, aproximadamente, dez (10) subamostras por ha, misturá-las em um recipiente e destas fazer uma (1) amostra composta por ha.
REFERÊNCIAS:
CALZAVARA, S. A. Descrição dos sintomas de laranjeiras infectadas por Pratylenchus jaehni, resistência de porta-enxertos, estudo da faixa de hospedeiros e desenvolvimento de plantas jovens inoculadas com o fitonematóide em microparcelas. 2007. 55 f. Tese (Doutorado em Agronomia) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2007.
CHARCHAR, J. M. & MOITA, J. W. Resistência de genótipos de batata a Meloidogyne javanica. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 36, n. 3, p. 535-540. 2001.